O desempenho do mercado de ações mexicano este ano tem sido verdadeiramente surpreendente. Até meados de novembro, o índice S&P/BMV IPC já tinha subido cerca de 21,7%, não só superando amplamente os três principais índices dos EUA, mas também dando uma lição dura aos investidores que apenas acompanham o mercado norte-americano. Por trás desta valorização, estão as mudanças estruturais no mercado financeiro mexicano e o forte desempenho de empresas-chave.
As cinco maiores gigantes sustentam metade do BMVI
Na principal bolsa do México, a BMV, há 145 empresas listadas (das quais 140 são empresas locais mexicanas), mas quem realmente detém o poder de decisão são aquelas empresas principais. Dados mostram que apenas 5 empresas contribuem com 44,2% do valor de mercado total do BMVI, tendo um peso de 55,8% no índice S&P/BMV IPC.
Essas 5 empresas-chave são: Walmart México (WALMEX), América Móvil (AMX), Grupo México (GMEXICO B), FEMSA e Grupo Financiero Banorte (GF NORTE). O movimento de seus preços, basicamente, determina a direção de todo o índice.
O protagonista absoluto no setor de varejo de consumo: Walmart México
Como líder incontestável do varejo mexicano, a Walmart México atingiu, no ano passado, um valor de mercado de 1,10 trilhão de pesos mexicanos. A empresa possui uma vasta rede de lojas na América Central, oferecendo de lojas de desconto a supermercados, hipermercados e lojas de assinatura.
No segundo trimestre deste ano, a receita da Walmart México atingiu 246,254 bilhões de pesos mexicanos, um aumento de 8,7% em relação ao ano anterior, embora o lucro líquido tenha diminuído em relação ao mesmo período do ano passado (de 12,51 bilhões para 11,227 bilhões de pesos mexicanos), sua posição dominante no setor de consumo permanece sólida. Analistas mantêm uma recomendação de compra. O preço atual das ações oscila entre 61 e 64 dólares, com um rendimento de dividendos de 3,83%.
O gigante das telecomunicações, América Móvil: um centro de comunicação que cobre 23 países
A América Móvil é a rainha absoluta do mercado de telecomunicações na América Latina, atendendo a 23 países na América e Europa, com mais de 323 milhões de usuários. Como a maior operadora de telecomunicações da região, ela oferece não só serviços tradicionais de telefonia móvel, mas também publicidade, centros de chamadas e operação de torres de comunicação.
No terceiro trimestre de 2025, a receita da América Móvil atingiu 2.329,2 bilhões de pesos mexicanos, um crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior, com um lucro líquido de 22,7 bilhões de pesos mexicanos. O valor de mercado atual da empresa é de US$ 707,5 bilhões, com o preço das ações oscilando entre 32.800 e 35.160 pesos mexicanos, cotado em dólares. Os analistas estão otimistas quanto ao futuro, com uma meta média de preço de 21.323 pesos mexicanos para os próximos 12 meses.
Dupla de motores: mineração e infraestrutura com Grupo México
Fundado em 1978, o Grupo México é uma gigante diversificada, com três principais áreas de negócios: mineração, transporte e infraestrutura. Sua divisão de mineração é a maior do México e uma das maiores do mundo na produção de cobre; a divisão de transporte controla a maior frota ferroviária do país.
No terceiro trimestre de 2025, a receita do grupo cresceu 11%, atingindo US$ 4,59 bilhões, enquanto o lucro líquido aumentou mais de 50%, ultrapassando US$ 1,29 bilhão. O valor de mercado é de 1,27 trilhão de pesos mexicanos, com ações cotadas entre US$ 158 e US$ 163, e um rendimento de dividendos de 2,71%. Apesar de sua história marcada por controvérsias relacionadas a questões ambientais e de segurança, seu desempenho de mercado permanece forte.
Império de consumo e bebidas: FEMSA
Fundada em 1890, a FEMSA é uma antiga multinacional com sede em Monterrey, conhecida por ser a maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo. Seus negócios abrangem bebidas, varejo, alimentação e farmácias, operando de forma consolidada em 17 países.
No terceiro trimestre, a receita da FEMSA cresceu 9,1%, atingindo 21,464 bilhões de pesos mexicanos, mas, devido a perdas cambiais e aumento de custos financeiros, o lucro líquido caiu 36,8% em relação ao trimestre anterior, para 5,838 bilhões de pesos mexicanos. O valor de mercado atual é de 58,328 bilhões de pesos mexicanos, com ações cotadas entre US$ 174 e US$ 180, com um índice P/L de 38,85 e rendimento de dividendos de 7,4%. A análise de mercado é amplamente favorável às perspectivas de médio prazo.
Pilar dos serviços financeiros: Grupo Banorte
Como o segundo maior banco do México, o Banorte foi fundado em 1992, e possui as marcas Banorte e Ixe. A instituição financeira atende a 22 milhões de clientes, com mais de 1.000 agências e 7.000 caixas eletrônicos, além de ser a mais antiga gestora de fundos de pensão do país (afores).
No terceiro trimestre, o Banorte registrou um lucro líquido de 13.008 bilhões de pesos mexicanos, uma queda de 9% em relação ao ano anterior. Ainda assim, seu valor de mercado atual é de 53,47 bilhões de pesos mexicanos, com ações cotadas entre US$ 178 e US$ 186, um índice P/L de apenas 9,02 e rendimento de dividendos de 7,3%, sendo a mais baixa entre as cinco gigantes. O mercado mantém uma recomendação de aumento de posição.
Perfil numérico do índice BMV
Como termômetro do mercado financeiro mexicano, o índice S&P/BMV IPC é composto por 36 empresas principais, que representam cerca de 80% do valor de mercado total. Em 2025, o índice ultrapassou os 63.000-64.000 pontos, refletindo a estabilidade do mercado e o interesse contínuo dos investidores.
Do ponto de vista setorial, os setores de consumo básico (30,9%), matérias-primas (26,2%) e industrial (12,3%) são os três com maior peso no índice. Historicamente, a rentabilidade anualizada de 10 anos é de 6,44%, de 5 anos é de 15%, e este ano já alcançou um retorno anualizado de 29%, demonstrando forte potencial de crescimento.
Por que o mercado de ações mexicano vale a pena em 2025
Mais do que uma questão de eventos de “cisne negro”, o desempenho do mercado mexicano este ano é resultado de múltiplos fatores atuando em conjunto.
A onda de nearshoring está acelerando: Com a reconfiguração do comércio global, empresas multinacionais estão acelerando a transferência de capacidade e investimentos para o México, impulsionando o crescimento de empresas locais.
Resiliência do consumo: Apesar das tarifas de 25% impostas pelo governo Trump terem criado incertezas no curto prazo, o forte desempenho do consumo interno mexicano consegue compensar as pressões externas.
Política monetária mais amigável: Com a inflação caindo para cerca de 3,5%, o Banco Central do México começou a reduzir as taxas de juros gradualmente, melhorando o ambiente de financiamento para empresas e consumidores.
Estabilidade cambial: O peso mexicano mostrou uma resiliência rara neste ano, mantendo-se relativamente estável em meio às tensões comerciais internacionais, o que reduz o risco cambial para as empresas mexicanas.
Perspectiva de investimento: como se posicionar
Para investidores acostumados a focar apenas no mercado norte-americano, 2025 é uma excelente oportunidade para reavaliar as possibilidades em mercados emergentes. Uma carteira de investimentos inter-regional ideal pode ser construída assim:
Alocação principal: escolher ações das maiores e mais líquidas empresas mexicanas, para obter os principais retornos do mercado BMVI.
Alocação conservadora: manter uma parcela de ações de empresas de destaque nos EUA, para obter retornos estáveis de hedge.
Renda fixa: investir em títulos locais de ambos os países, para aproveitar as diferenças de rendimento e gerenciar riscos geopolíticos e cambiais.
Essa estratégia mista, ao captar oportunidades regionais, também reduz efetivamente o risco de mercado único, fortalecendo a resiliência do portfólio.
Em tempos de incerteza na economia global, uma alocação de ativos flexível torna-se essencial para obter retornos consistentes.
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BMV 2025:Estas 5 gigantes estão a impulsionar a bolsa mexicana para uma quebra para cima
O desempenho do mercado de ações mexicano este ano tem sido verdadeiramente surpreendente. Até meados de novembro, o índice S&P/BMV IPC já tinha subido cerca de 21,7%, não só superando amplamente os três principais índices dos EUA, mas também dando uma lição dura aos investidores que apenas acompanham o mercado norte-americano. Por trás desta valorização, estão as mudanças estruturais no mercado financeiro mexicano e o forte desempenho de empresas-chave.
As cinco maiores gigantes sustentam metade do BMVI
Na principal bolsa do México, a BMV, há 145 empresas listadas (das quais 140 são empresas locais mexicanas), mas quem realmente detém o poder de decisão são aquelas empresas principais. Dados mostram que apenas 5 empresas contribuem com 44,2% do valor de mercado total do BMVI, tendo um peso de 55,8% no índice S&P/BMV IPC.
Essas 5 empresas-chave são: Walmart México (WALMEX), América Móvil (AMX), Grupo México (GMEXICO B), FEMSA e Grupo Financiero Banorte (GF NORTE). O movimento de seus preços, basicamente, determina a direção de todo o índice.
O protagonista absoluto no setor de varejo de consumo: Walmart México
Como líder incontestável do varejo mexicano, a Walmart México atingiu, no ano passado, um valor de mercado de 1,10 trilhão de pesos mexicanos. A empresa possui uma vasta rede de lojas na América Central, oferecendo de lojas de desconto a supermercados, hipermercados e lojas de assinatura.
No segundo trimestre deste ano, a receita da Walmart México atingiu 246,254 bilhões de pesos mexicanos, um aumento de 8,7% em relação ao ano anterior, embora o lucro líquido tenha diminuído em relação ao mesmo período do ano passado (de 12,51 bilhões para 11,227 bilhões de pesos mexicanos), sua posição dominante no setor de consumo permanece sólida. Analistas mantêm uma recomendação de compra. O preço atual das ações oscila entre 61 e 64 dólares, com um rendimento de dividendos de 3,83%.
O gigante das telecomunicações, América Móvil: um centro de comunicação que cobre 23 países
A América Móvil é a rainha absoluta do mercado de telecomunicações na América Latina, atendendo a 23 países na América e Europa, com mais de 323 milhões de usuários. Como a maior operadora de telecomunicações da região, ela oferece não só serviços tradicionais de telefonia móvel, mas também publicidade, centros de chamadas e operação de torres de comunicação.
No terceiro trimestre de 2025, a receita da América Móvil atingiu 2.329,2 bilhões de pesos mexicanos, um crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior, com um lucro líquido de 22,7 bilhões de pesos mexicanos. O valor de mercado atual da empresa é de US$ 707,5 bilhões, com o preço das ações oscilando entre 32.800 e 35.160 pesos mexicanos, cotado em dólares. Os analistas estão otimistas quanto ao futuro, com uma meta média de preço de 21.323 pesos mexicanos para os próximos 12 meses.
Dupla de motores: mineração e infraestrutura com Grupo México
Fundado em 1978, o Grupo México é uma gigante diversificada, com três principais áreas de negócios: mineração, transporte e infraestrutura. Sua divisão de mineração é a maior do México e uma das maiores do mundo na produção de cobre; a divisão de transporte controla a maior frota ferroviária do país.
No terceiro trimestre de 2025, a receita do grupo cresceu 11%, atingindo US$ 4,59 bilhões, enquanto o lucro líquido aumentou mais de 50%, ultrapassando US$ 1,29 bilhão. O valor de mercado é de 1,27 trilhão de pesos mexicanos, com ações cotadas entre US$ 158 e US$ 163, e um rendimento de dividendos de 2,71%. Apesar de sua história marcada por controvérsias relacionadas a questões ambientais e de segurança, seu desempenho de mercado permanece forte.
Império de consumo e bebidas: FEMSA
Fundada em 1890, a FEMSA é uma antiga multinacional com sede em Monterrey, conhecida por ser a maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo. Seus negócios abrangem bebidas, varejo, alimentação e farmácias, operando de forma consolidada em 17 países.
No terceiro trimestre, a receita da FEMSA cresceu 9,1%, atingindo 21,464 bilhões de pesos mexicanos, mas, devido a perdas cambiais e aumento de custos financeiros, o lucro líquido caiu 36,8% em relação ao trimestre anterior, para 5,838 bilhões de pesos mexicanos. O valor de mercado atual é de 58,328 bilhões de pesos mexicanos, com ações cotadas entre US$ 174 e US$ 180, com um índice P/L de 38,85 e rendimento de dividendos de 7,4%. A análise de mercado é amplamente favorável às perspectivas de médio prazo.
Pilar dos serviços financeiros: Grupo Banorte
Como o segundo maior banco do México, o Banorte foi fundado em 1992, e possui as marcas Banorte e Ixe. A instituição financeira atende a 22 milhões de clientes, com mais de 1.000 agências e 7.000 caixas eletrônicos, além de ser a mais antiga gestora de fundos de pensão do país (afores).
No terceiro trimestre, o Banorte registrou um lucro líquido de 13.008 bilhões de pesos mexicanos, uma queda de 9% em relação ao ano anterior. Ainda assim, seu valor de mercado atual é de 53,47 bilhões de pesos mexicanos, com ações cotadas entre US$ 178 e US$ 186, um índice P/L de apenas 9,02 e rendimento de dividendos de 7,3%, sendo a mais baixa entre as cinco gigantes. O mercado mantém uma recomendação de aumento de posição.
Perfil numérico do índice BMV
Como termômetro do mercado financeiro mexicano, o índice S&P/BMV IPC é composto por 36 empresas principais, que representam cerca de 80% do valor de mercado total. Em 2025, o índice ultrapassou os 63.000-64.000 pontos, refletindo a estabilidade do mercado e o interesse contínuo dos investidores.
Do ponto de vista setorial, os setores de consumo básico (30,9%), matérias-primas (26,2%) e industrial (12,3%) são os três com maior peso no índice. Historicamente, a rentabilidade anualizada de 10 anos é de 6,44%, de 5 anos é de 15%, e este ano já alcançou um retorno anualizado de 29%, demonstrando forte potencial de crescimento.
Por que o mercado de ações mexicano vale a pena em 2025
Mais do que uma questão de eventos de “cisne negro”, o desempenho do mercado mexicano este ano é resultado de múltiplos fatores atuando em conjunto.
A onda de nearshoring está acelerando: Com a reconfiguração do comércio global, empresas multinacionais estão acelerando a transferência de capacidade e investimentos para o México, impulsionando o crescimento de empresas locais.
Resiliência do consumo: Apesar das tarifas de 25% impostas pelo governo Trump terem criado incertezas no curto prazo, o forte desempenho do consumo interno mexicano consegue compensar as pressões externas.
Política monetária mais amigável: Com a inflação caindo para cerca de 3,5%, o Banco Central do México começou a reduzir as taxas de juros gradualmente, melhorando o ambiente de financiamento para empresas e consumidores.
Estabilidade cambial: O peso mexicano mostrou uma resiliência rara neste ano, mantendo-se relativamente estável em meio às tensões comerciais internacionais, o que reduz o risco cambial para as empresas mexicanas.
Perspectiva de investimento: como se posicionar
Para investidores acostumados a focar apenas no mercado norte-americano, 2025 é uma excelente oportunidade para reavaliar as possibilidades em mercados emergentes. Uma carteira de investimentos inter-regional ideal pode ser construída assim:
Alocação principal: escolher ações das maiores e mais líquidas empresas mexicanas, para obter os principais retornos do mercado BMVI.
Alocação conservadora: manter uma parcela de ações de empresas de destaque nos EUA, para obter retornos estáveis de hedge.
Renda fixa: investir em títulos locais de ambos os países, para aproveitar as diferenças de rendimento e gerenciar riscos geopolíticos e cambiais.
Essa estratégia mista, ao captar oportunidades regionais, também reduz efetivamente o risco de mercado único, fortalecendo a resiliência do portfólio.
Em tempos de incerteza na economia global, uma alocação de ativos flexível torna-se essencial para obter retornos consistentes.