Ações com potencial de rentabilidade em 2025: Análise de oportunidades em mercados voláteis

Contexto de investimento: Volatilidade e correções em 2025

O início de 2025 marcou uma mudança notável em relação aos resultados históricos de 2024. Os mercados financeiros globais atravessam um período de incerteza sem precedentes, impulsionado por novas políticas comerciais implementadas desde Washington. A administração americana introduziu tarifas base de 10% para importações gerais, com taxas escalonadas para regiões específicas: 50% para a União Europeia, 55% acumulados para a China e 24% para o Japão, entre outros.

Esta situação gerou um pânico inicial nas bolsas internacionais, com quedas em índices americanos, europeus e asiáticos. Em contraste, o ouro experimentou uma recuperação notável, ultrapassando os 3.300 dólares por onça, refletindo a busca por ativos seguros. No entanto, após as correções de março-abril, os mercados iniciaram um processo de recuperação, retornando a zonas de máximos históricos.

Neste ambiente de tensões comerciais persistentes, identificar ações com potencial de rentabilidade em 2025 torna-se fundamental para construir carteiras resilientes.

Portfólio diversificado: 15 opções de investimento

A tabela a seguir consolida as principais opções identificadas em diferentes setores e geografias:

Fonte: Dados do Google Finance compilados em 7 de julho de 2025

As cinco empresas mais destacadas para 2025

1. Microsoft: Liderança em inteligência artificial e serviços em nuvem

A Microsoft posiciona-se como referência indiscutível na transformação digital empresarial. Seu ecossistema integrado por Windows, Office 365, Azure e sua aliança estratégica com OpenAI a torna um ator fundamental na economia de inteligência artificial.

No exercício fiscal de 2024, a empresa atingiu receitas de 245.100 milhões de dólares (+16% interanual), com uma receita operacional de 109.400 milhões (+24%) e resultado líquido de 88.100 milhões (+22%). Esses indicadores evidenciam um modelo de negócio robusto e escalável.

No início de 2025, as ações sofreram uma correção de 20% desde máximos históricos, atingindo um mínimo intradiário de 367,24 dólares em 31 de março. Essa queda refletiu dúvidas sobre avaliações e preocupações regulatórias (a FTC investiga práticas monopólicas). Contudo, em abril, apresentou resultados sólidos do terceiro trimestre fiscal: receitas de 70.100 milhões de dólares com margem operacional de 46%, enquanto Azure e serviços em nuvem avançaram 33%.

A estratégia agressiva de investimento em IA requer ajustes estruturais; entre maio e julho anunciou mais de 15.000 cortes de pessoal para canalizar recursos às tecnologias de fronteira. Apesar desses desafios, mantém uma posição financeira sólida que a posiciona como investimento atraente no médio prazo.

2. Alibaba: Ressurgimento no ecossistema tecnológico chinês

A Alibaba Group representa a recuperação do setor tecnológico chinês após anos de regulações restritivas. Fundada em 1999, domina plataformas de comércio eletrônico como Taobao e Tmall, e expande influência em computação em nuvem através da AliCloud.

No quarto trimestre de 2024, reportou receitas de 280.200 milhões de yuan (+8% interanual). O trimestre encerrado em 31 de março de 2025 mostrou receitas de 236.450 milhões de yuan com benefício líquido ajustado em alta de 22%, impulsionado pela Cloud Intelligence (+18%).

As ações experimentaram volatilidade significativa: acumularam retração de 35% em janeiro de 2025 por preocupações com investimentos massivos em IA e tensões comerciais globais. Posteriormente, recuperaram mais de 40% em fevereiro com a alta de tecnológicas de IA, antes de ceder 7% após resultados de março considerados fracos.

O plano trienal de 52.000 milhões de dólares para infraestrutura de IA e nuvem, somado a campanhas de 50.000 milhões de yuan em cupons para estimular o consumo interno, evidencia compromisso com o crescimento sustentado. Esses preços atuais permitem entrada atrativa diante de perspectivas de longo prazo.

3. LVMH: Luxo em recuperação e expansão geográfica

A LVMH domina o mercado de bens de luxo com portfólio diversificado: Louis Vuitton, Christian Dior, Givenchy, Fendi, Celine, Tiffany & Co., Bulgari e Sephora, abrangendo moda, perfumaria, cosméticos, joalharia e bebidas alcoólicas.

Em 2024, gerou receitas de 84.700 milhões de euros com benefício operacional recorrente de 19.600 milhões, refletindo margem operacional de 23,1%. Esses números demonstram força mesmo diante de desafios macroeconômicos.

Entretanto, janeiro de 2025 trouxe correção de 6,7% e abril gerou queda adicional de 7,7% após publicar receitas do primeiro trimestre de 20.300 milhões de euros (-3%). As tarifas americanas de 20% sobre produtos da UE (posteriormente reduzidas a 10% até 9 de julho, com ameaça de escalada a 50%) impactaram negativamente as vendas no mercado norte-americano.

Apesar dessas pressões, a LVMH reforça a competitividade por meio de inovação digital, incluindo plataforma de IA Dreamscape para personalização de preços e experiências. Identifica focos de crescimento no Japão (vendas de dois dígitos em 2024), Oriente Médio (+6% regional) e Índia, com planos de novas lojas em Mumbai. A correção atual do mercado apresenta oportunidade atrativa para investidores com horizonte de longo prazo.

4. ASML: Infraestrutura crítica em semicondutores

A ASML Holding N.V. controla posição monopolista na fabricação de equipamentos de litografia ultravioleta extrema (EUV), tecnologia essencial para produzir chips de última geração. Sua posição a torna um elo indispensável na cadeia global de semicondutores.

Em 2024, atingiu vendas líquidas de 28.300 milhões de euros e lucro líquido de 7.600 milhões, com margem bruta de 51,3%. O primeiro trimestre de 2025 registrou 7.700 milhões de euros em vendas e margem bruta recorde de 54%, confirmando a orientação de 30.000 a 35.000 milhões de euros anuais para 2025.

No início de 2025, as ações recuaram aproximadamente 30% desde máximos anuais devido a: redução de capex de clientes-chave (Intel e Samsung desaceleraram investimentos em chips avançados), emergência de concorrência chinesa em litografia e restrições comerciais (Países Baixos ampliaram controles de exportação em janeiro, reduzindo vendas à China entre 10-15%).

Contudo, a demanda estrutural por chips avançados para inteligência artificial e computação de alto desempenho sustenta perspectivas de longo prazo. A empresa continua investindo em inovação e expansão produtiva. As correções recentes oferecem ponto de entrada atrativo para exposição em semicondutores.

5. Novo Nordisk: Competição farmacêutica e recuperação de valuation

A Novo Nordisk lidera o mercado global de tratamentos para diabetes e obesidade. Em 2024, as vendas cresceram 26%, atingindo 290.400 milhões de coroas dinamarquesas (aproximadamente 42.100 milhões de dólares). O pipeline inclui molécula dual GLP-1/amylina amycretin com até 24% de perda de peso em estudos iniciais.

Março de 2025 trouxe correção de 27%, a maior desde 2002, por pressões competitivas (Eli Lilly e Zepbound mostraram resultados promissores) e decepção do candidato CagriSema na fase III. A empresa respondeu estrategicamente: completou aquisição da Catalent (16.500 milhões de dólares) em dezembro de 2024 para expandir capacidade produtiva, e em março de 2025 licenciou LX9851 da Lexicon Pharmaceuticals (1.000 milhões de dólares), acesso a mecanismo de ação diferente contra obesidade.

Apesar dos desafios competitivos, mantém margens operacionais sólidas de 43% e ambicioso gasto em P&D. Maio de 2025 trouxe redução da orientação de vendas (13-21%) e mudança de CEO impulsionada pelo conselho e fundo ativista Parvus. Contudo, a demanda mundial por terapias contra diabetes e obesidade continua em alta, posicionando a Novo Nordisk para rentabilidades positivas a longo prazo mesmo em ambiente competitivo.

Critérios de seleção para ações 2025

A identificação de ações com potencial em 2025 requer metodologia clara:

• Diversificação multidimensional: Tanto setorial quanto geográfica reduz risco regional e de concentração. Em cenários protecionistas, priorizar empresas com forte presença doméstica ou modelos pouco dependentes de comércio internacional.

• Fortaleza financeira: Empresas com margens sólidas, capacidade de adaptação e inovação contínua respondem melhor à incerteza. Liderança em digitalização e transformação tecnológica gera demanda estrutural resistente.

• Monitoramento ativo: Manter-se informado sobre o ambiente político, econômico e conflitos geopolíticos em curso. Flexibilidade para ajustar carteira diante de mudanças significativas faz a diferença entre proteger capital e realizar perdas evitáveis.

Modalidades de investimento: Opções disponíveis

Ações individuais

Compra direta por meio de corretora autorizada ou instituição bancária oferece máximo controle sobre composição de carteira, embora exija maior análise e dedicação.

Fundos de investimento

Incluem múltiplas ações, frequentemente organizados tematicamente (por país, setor) com gestão ativa ou passiva. Facilitam diversificação automática, embora limitem a capacidade de seleção individual.

Derivados (CFDs)

Permitem ampliar posições com menor capital inicial por meio de alavancagem, útil para cobertura contra volatilidade. Requer disciplina rigorosa e conhecimento profundo, pois a alavancagem potencializa tanto ganhos quanto perdas. Em contexto de políticas econômicas agressivas e tensões comerciais crescentes, derivativos podem ser ativo complementar se equilibrados com ativos tradicionais.

Perspectivas finais: Estratégia integral para 2025

O ano de 2025 provavelmente será lembrado como uma ruptura em relação aos anos anteriores de rentabilidades recorde e expansão sustentada. Volatilidade e incerteza sem paralelos próximos caracterizam o ambiente atual, exigindo adaptação de estratégias de investimento.

Recomendações operacionais:

• Construir carteira diversificada setorial e geograficamente
• Alocar porção em ativos de refúgio (títulos, ouro) para compensar perdas potenciais
• Evitar decisões por pânico; correções frequentemente antecedem recuperações
• Manter vigilância sobre evolução política, econômica e conflitos ativos

Rentabilidades passadas não determinam as futuras, mas informações oportunas e análise disciplinada continuam sendo fortalezas fundamentais para navegação bem-sucedida em mercados complexos.