A desequilíbrio estrutural na cadeia de abastecimento está a reescrever a direção do mercado de metais preciosos. Recentemente, o desempenho da prata tem sido particularmente notável — no final de novembro, os contratos futuros de prata na COMEX ultrapassaram o recorde histórico de 54,65 dólares por onça, com o preço à vista também a aproximar-se de 54,22 dólares por onça. Desde o início de 2025, a prata registou uma subida de até 87%, superando de longe o aumento de 57% do ouro no mesmo período. Que lógica está por trás disto?
A lacuna de oferta torna-se o principal impulsionador do aumento de preços
A escassez contínua de prata não é uma coincidência. O ponto de viragem ocorreu com a expectativa de que os EUA possam impor tarifas sobre a prata, o que desencadeou uma corrida para transportar prata para Nova York, levando a uma rápida redução das reservas em outras bolsas globais. Quando as reservas diminuem, as operações de arbitragem de prazos tornam-se mais ativas, agravando ainda mais a tensão no mercado.
É importante notar que o contrato de prata COMEX2512 entrou oficialmente no período de aviso de entrega. Esta fase costuma vir acompanhada de maior volatilidade, pelo que os participantes do mercado devem estar bem preparados. Estruturalmente, espera-se que esta limitação na oferta persista até 2026, formando um suporte de longo prazo para os preços.
A mudança na política monetária abre espaço para crescimento dos metais preciosos
A mudança de postura do Federal Reserve também está a impulsionar as expectativas do mercado. Os sinais dovish dos responsáveis políticos continuam a fortalecer, com uma probabilidade de 85% de uma redução de 25 pontos base na taxa de juro em dezembro. Um ambiente monetário acomodatício geralmente favorece ativos não rendíveis, como a prata, pois os investidores tendem a preferir ativos físicos e investimentos alternativos em um cenário de baixas taxas de juro.
Este movimento de alta não se limita à prata; ouro, platina e outros metais preciosos também estão a subir, com o preço do ouro a aproximar-se de 4200 dólares, refletindo que toda a categoria de metais preciosos está a beneficiar da mudança de política e do aumento do sentimento de refúgio.
Perspetivas para o próximo ano: a lacuna estrutural de oferta continuará a sustentar os preços
Michael DiRienzo, CEO da World Silver Survey, afirmou que a lacuna estrutural provavelmente persistirá até 2026. O Deutsche Bank tem uma previsão mais clara — espera-se que a prata continue em défice no próximo ano, com uma média de preço anual a manter-se em 55 dólares por onça, enquanto o volume de ETFs de prata poderá ultrapassar o pico histórico de 2021.
A análise do Goldman Sachs reforça ainda mais esta perspetiva. Com o ciclo de afrouxamento do Federal Reserve, os investidores privados estão a reavaliar a alocação de ativos, considerando a prata, platina e paládio como alternativas ao ouro. Esta tendência de diversificação sugere que o potencial de subida dos metais preciosos ainda não se esgotou.
Desde a escassez estrutural na oferta, passando pela política monetária contínua de afrouxamento, até à crescente procura de investidores por ativos, o preço da prata deverá manter-se forte até 2026. O mercado está a reavaliar o valor intrínseco destes ativos físicos.
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Reformulação de portefólio de metais preciosos: a prata sobe a um novo patamar, ainda há histórias para contar em 2026
A desequilíbrio estrutural na cadeia de abastecimento está a reescrever a direção do mercado de metais preciosos. Recentemente, o desempenho da prata tem sido particularmente notável — no final de novembro, os contratos futuros de prata na COMEX ultrapassaram o recorde histórico de 54,65 dólares por onça, com o preço à vista também a aproximar-se de 54,22 dólares por onça. Desde o início de 2025, a prata registou uma subida de até 87%, superando de longe o aumento de 57% do ouro no mesmo período. Que lógica está por trás disto?
A lacuna de oferta torna-se o principal impulsionador do aumento de preços
A escassez contínua de prata não é uma coincidência. O ponto de viragem ocorreu com a expectativa de que os EUA possam impor tarifas sobre a prata, o que desencadeou uma corrida para transportar prata para Nova York, levando a uma rápida redução das reservas em outras bolsas globais. Quando as reservas diminuem, as operações de arbitragem de prazos tornam-se mais ativas, agravando ainda mais a tensão no mercado.
É importante notar que o contrato de prata COMEX2512 entrou oficialmente no período de aviso de entrega. Esta fase costuma vir acompanhada de maior volatilidade, pelo que os participantes do mercado devem estar bem preparados. Estruturalmente, espera-se que esta limitação na oferta persista até 2026, formando um suporte de longo prazo para os preços.
A mudança na política monetária abre espaço para crescimento dos metais preciosos
A mudança de postura do Federal Reserve também está a impulsionar as expectativas do mercado. Os sinais dovish dos responsáveis políticos continuam a fortalecer, com uma probabilidade de 85% de uma redução de 25 pontos base na taxa de juro em dezembro. Um ambiente monetário acomodatício geralmente favorece ativos não rendíveis, como a prata, pois os investidores tendem a preferir ativos físicos e investimentos alternativos em um cenário de baixas taxas de juro.
Este movimento de alta não se limita à prata; ouro, platina e outros metais preciosos também estão a subir, com o preço do ouro a aproximar-se de 4200 dólares, refletindo que toda a categoria de metais preciosos está a beneficiar da mudança de política e do aumento do sentimento de refúgio.
Perspetivas para o próximo ano: a lacuna estrutural de oferta continuará a sustentar os preços
Michael DiRienzo, CEO da World Silver Survey, afirmou que a lacuna estrutural provavelmente persistirá até 2026. O Deutsche Bank tem uma previsão mais clara — espera-se que a prata continue em défice no próximo ano, com uma média de preço anual a manter-se em 55 dólares por onça, enquanto o volume de ETFs de prata poderá ultrapassar o pico histórico de 2021.
A análise do Goldman Sachs reforça ainda mais esta perspetiva. Com o ciclo de afrouxamento do Federal Reserve, os investidores privados estão a reavaliar a alocação de ativos, considerando a prata, platina e paládio como alternativas ao ouro. Esta tendência de diversificação sugere que o potencial de subida dos metais preciosos ainda não se esgotou.
Desde a escassez estrutural na oferta, passando pela política monetária contínua de afrouxamento, até à crescente procura de investidores por ativos, o preço da prata deverá manter-se forte até 2026. O mercado está a reavaliar o valor intrínseco destes ativos físicos.