Não é segredo para ninguém que o metal dourado roubou as atenções em 2025, tendo registado saltos dramáticos que atingiram o pico de 4381 dólares por onça em outubro, antes de recuar um pouco. Mas a verdadeira questão que preocupa os investidores agora é: Será que o preço do ouro vai subir ainda mais em 2026? E a resposta preliminar dos analistas de Wall Street é: sim, com força.
Falámos de preços do ouro como se fosse uma ação tecnológica nova, mas a diferença é que o ouro carrega um peso económico real. Com a redução dos rendimentos reais dos títulos, a fraqueza contínua do dólar, e o desejo dos bancos centrais de diversificar as suas reservas, o metal dourado tornou-se um refúgio de investimento insubstituível num mundo agitado pela incerteza.
Os dados reais falam claramente
O Conselho Mundial do Ouro esclareceu a situação com números irrefutáveis: a procura global por ouro disparou para 1249 toneladas no segundo trimestre de 2025, com um aumento de valor de uma taxa louca de até 45% ao ano. E não só isso, os fundos negociados em bolsa de ouro (ETFs) atraíram fluxos massivos, elevando os ativos sob gestão para 472 mil milhões de dólares com 3838 toneladas em posse.
Isto significa uma coisa: os investidores não jogam com negociações diárias, mas apostam a longo prazo. E quando os investidores de verdade fazem isso, os preços movem-se de forma séria.
Os bancos centrais: o jogador silencioso que muda as regras
Se estás a perguntar quem compra todo este ouro, a resposta é os bancos centrais. E a China, Turquia e Índia não estão a jogar de forma neutra nesta partida.
Apenas o Banco Popular da China adicionou mais de 65 toneladas no primeiro semestre de 2025, continuando com compras regulares. A Turquia ultrapassou a barreira de 600 toneladas em reservas. E agora, 44% dos bancos centrais mundiais gerem reservas de ouro, contra apenas 37% em 2024.
O que isto significa? Que há uma mudança estratégica de longo prazo longe do dólar, e o ouro é a melhor opção. E esta pressão de compra por parte das grandes potências não vai parar tão cedo.
Oferta limitada e procura crescente… uma equação perfeita para subida
Aqui está o verdadeiro problema: a produção mineira atingiu apenas 856 toneladas no primeiro trimestre de 2025, com um aumento modesto de 1%. Por outro lado, a procura está a subir a um ritmo muito mais rápido.
O que agrava a situação é que o ouro reciclado caiu 1%, pois os detentores preferem manter o ouro em vez de vendê-lo, na esperança de que os preços continuem a subir. Os custos de mineração agora atingiram 1470 dólares por onça, o nível mais alto em uma década.
Qual é o resultado? Oferta muito limitada, e procura sem limites.
O Federal Reserve joga a favor do ouro
O Federal Reserve cortou as taxas de juro em 25 pontos base em outubro, e as previsões indicam mais cortes em dezembro. Quando as taxas baixam, os rendimentos dos títulos também caem, e assim o custo de oportunidade do ouro diminui.
Além disso, as previsões apontam para que o Fed vise uma taxa de juro de cerca de 3,4% até ao final de 2026. Este ambiente monetário expansionista é terreno fértil para o ouro.
Tensões geopolíticas colocam o ouro numa base dourada
Guerras comerciais entre os EUA e a China, tensões no Médio Oriente, preocupações com cadeias de abastecimento. A incerteza geopolítica elevou a procura por ouro em 7% ano após ano.
Sempre que há mais incerteza, há mais procura por refúgios seguros, e o ouro continua a ser a primeira escolha dos bancos e grandes investidores.
O dólar fraco e os títulos sem rendimentos reais
O índice do dólar caiu 7,64% desde o pico no início de 2025, e os rendimentos dos títulos americanos a 10 anos baixaram de 4,6% para cerca de 4,07%. Este ambiente é fraco para o dólar e para os títulos, mas muito forte para o ouro.
Previsões dos grandes bancos para 2026: o ouro aproxima-se dos 5000
Agora, a parte que todos esperam:
O HSBC prevê que o ouro suba para 5000 dólares no primeiro semestre de 2026, com uma média de 4600 dólares ao longo do ano.
O Bank of America também elevou a previsão para 5000 dólares, como pico potencial, mas alertou para correções de curto prazo.
O Goldman Sachs ajustou a previsão para 4900 dólares por onça.
O J.P. Morgan prevê que o ouro atinja 5055 dólares até meados de 2026.
Em outras palavras: o intervalo de consenso entre os grandes bancos está entre 4800 e 5000 dólares.
E quanto ao Egito e ao Golfo?
Aqui surge a questão importante para nós, árabes:
No Egito: se o ouro chegar a 5000 dólares, isso equivale a cerca de 522.580 libras egípcias por onça, um aumento de aproximadamente 158% face aos preços atuais.
Na Arábia Saudita e nos Emirados: no mesmo cenário (5000 dólares), os preços traduzir-se-iam em cerca de 18.750 a 19.000 riais sauditas, e 18.375 a 19.000 dirhams Emirados.
Mas lembra-te: estas previsões assumem a estabilidade das taxas de câmbio (e que se mantém a procura global, sem grandes choques económicos).
O risco: uma correção iminente à vista
Não te deixes levar por um otimismo total. O HSBC alertou para uma possível correção até aos 4200 dólares na segunda metade de 2026, se os investidores começarem a realizar lucros. O Goldman Sachs advertiu que preços acima de 4800 dólares representam um teste de credibilidade de preço.
Por outro lado, o J.P. Morgan e o Deutsche Bank concordaram que o ouro entrou numa nova zona de preço difícil de romper para baixo.
Análise técnica: neutralidade agora, mas tendência de alta
O preço do ouro fechou a 4065 dólares em 21 de novembro de 2025. Do ponto de vista técnico:
Suporte forte em 4000 dólares: uma quebra deste nível pode abrir caminho para uma descida até 3800.
Primeira resistência em 4200: uma quebra aqui abre caminho para 4400 e depois 4680.
Índice de força relativa (RSI) em 50: indica neutralidade total, sem sobrecompra ou sobrevenda.
MACD positivo: a tendência geral ainda é de alta.
Resumo técnico: o ouro está numa faixa lateral entre 4000 e 4220 dólares, mas a perspetiva geral é positiva enquanto o preço se mantiver acima da linha de tendência principal.
A dura verdade e a doce verdade
A dura verdade: as previsões de preços do ouro dependem de um ambiente económico fraco: crescimento lento, dívidas elevadas, tensões geopolíticas. Se a situação melhorar repentinamente, o ouro pode não atingir os 5000 dólares.
A doce verdade: é altamente improvável que as condições melhorem rapidamente. As dívidas globais ultrapassaram 100% do PIB, e o crescimento desacelera nas maiores economias. O ouro continuará a ser o refúgio seguro nos próximos anos.
Esta equação manter-se-á válida ao longo de 2026, a menos que aconteça uma miragem económica (que é improvável).
Então, o preço do ouro vai subir? Com base nos dados e na lógica: sim, e é provável que se aproxime dos 5000 dólares antes do final de 2026.
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O ouro aproxima-se dos 5000 dólares.. Será que o Egito e o Golfo vão assistir a uma explosão nos preços?
Não é segredo para ninguém que o metal dourado roubou as atenções em 2025, tendo registado saltos dramáticos que atingiram o pico de 4381 dólares por onça em outubro, antes de recuar um pouco. Mas a verdadeira questão que preocupa os investidores agora é: Será que o preço do ouro vai subir ainda mais em 2026? E a resposta preliminar dos analistas de Wall Street é: sim, com força.
Falámos de preços do ouro como se fosse uma ação tecnológica nova, mas a diferença é que o ouro carrega um peso económico real. Com a redução dos rendimentos reais dos títulos, a fraqueza contínua do dólar, e o desejo dos bancos centrais de diversificar as suas reservas, o metal dourado tornou-se um refúgio de investimento insubstituível num mundo agitado pela incerteza.
Os dados reais falam claramente
O Conselho Mundial do Ouro esclareceu a situação com números irrefutáveis: a procura global por ouro disparou para 1249 toneladas no segundo trimestre de 2025, com um aumento de valor de uma taxa louca de até 45% ao ano. E não só isso, os fundos negociados em bolsa de ouro (ETFs) atraíram fluxos massivos, elevando os ativos sob gestão para 472 mil milhões de dólares com 3838 toneladas em posse.
Isto significa uma coisa: os investidores não jogam com negociações diárias, mas apostam a longo prazo. E quando os investidores de verdade fazem isso, os preços movem-se de forma séria.
Os bancos centrais: o jogador silencioso que muda as regras
Se estás a perguntar quem compra todo este ouro, a resposta é os bancos centrais. E a China, Turquia e Índia não estão a jogar de forma neutra nesta partida.
Apenas o Banco Popular da China adicionou mais de 65 toneladas no primeiro semestre de 2025, continuando com compras regulares. A Turquia ultrapassou a barreira de 600 toneladas em reservas. E agora, 44% dos bancos centrais mundiais gerem reservas de ouro, contra apenas 37% em 2024.
O que isto significa? Que há uma mudança estratégica de longo prazo longe do dólar, e o ouro é a melhor opção. E esta pressão de compra por parte das grandes potências não vai parar tão cedo.
Oferta limitada e procura crescente… uma equação perfeita para subida
Aqui está o verdadeiro problema: a produção mineira atingiu apenas 856 toneladas no primeiro trimestre de 2025, com um aumento modesto de 1%. Por outro lado, a procura está a subir a um ritmo muito mais rápido.
O que agrava a situação é que o ouro reciclado caiu 1%, pois os detentores preferem manter o ouro em vez de vendê-lo, na esperança de que os preços continuem a subir. Os custos de mineração agora atingiram 1470 dólares por onça, o nível mais alto em uma década.
Qual é o resultado? Oferta muito limitada, e procura sem limites.
O Federal Reserve joga a favor do ouro
O Federal Reserve cortou as taxas de juro em 25 pontos base em outubro, e as previsões indicam mais cortes em dezembro. Quando as taxas baixam, os rendimentos dos títulos também caem, e assim o custo de oportunidade do ouro diminui.
Além disso, as previsões apontam para que o Fed vise uma taxa de juro de cerca de 3,4% até ao final de 2026. Este ambiente monetário expansionista é terreno fértil para o ouro.
Tensões geopolíticas colocam o ouro numa base dourada
Guerras comerciais entre os EUA e a China, tensões no Médio Oriente, preocupações com cadeias de abastecimento. A incerteza geopolítica elevou a procura por ouro em 7% ano após ano.
Sempre que há mais incerteza, há mais procura por refúgios seguros, e o ouro continua a ser a primeira escolha dos bancos e grandes investidores.
O dólar fraco e os títulos sem rendimentos reais
O índice do dólar caiu 7,64% desde o pico no início de 2025, e os rendimentos dos títulos americanos a 10 anos baixaram de 4,6% para cerca de 4,07%. Este ambiente é fraco para o dólar e para os títulos, mas muito forte para o ouro.
Previsões dos grandes bancos para 2026: o ouro aproxima-se dos 5000
Agora, a parte que todos esperam:
O HSBC prevê que o ouro suba para 5000 dólares no primeiro semestre de 2026, com uma média de 4600 dólares ao longo do ano.
O Bank of America também elevou a previsão para 5000 dólares, como pico potencial, mas alertou para correções de curto prazo.
O Goldman Sachs ajustou a previsão para 4900 dólares por onça.
O J.P. Morgan prevê que o ouro atinja 5055 dólares até meados de 2026.
Em outras palavras: o intervalo de consenso entre os grandes bancos está entre 4800 e 5000 dólares.
E quanto ao Egito e ao Golfo?
Aqui surge a questão importante para nós, árabes:
No Egito: se o ouro chegar a 5000 dólares, isso equivale a cerca de 522.580 libras egípcias por onça, um aumento de aproximadamente 158% face aos preços atuais.
Na Arábia Saudita e nos Emirados: no mesmo cenário (5000 dólares), os preços traduzir-se-iam em cerca de 18.750 a 19.000 riais sauditas, e 18.375 a 19.000 dirhams Emirados.
Mas lembra-te: estas previsões assumem a estabilidade das taxas de câmbio (e que se mantém a procura global, sem grandes choques económicos).
O risco: uma correção iminente à vista
Não te deixes levar por um otimismo total. O HSBC alertou para uma possível correção até aos 4200 dólares na segunda metade de 2026, se os investidores começarem a realizar lucros. O Goldman Sachs advertiu que preços acima de 4800 dólares representam um teste de credibilidade de preço.
Por outro lado, o J.P. Morgan e o Deutsche Bank concordaram que o ouro entrou numa nova zona de preço difícil de romper para baixo.
Análise técnica: neutralidade agora, mas tendência de alta
O preço do ouro fechou a 4065 dólares em 21 de novembro de 2025. Do ponto de vista técnico:
Resumo técnico: o ouro está numa faixa lateral entre 4000 e 4220 dólares, mas a perspetiva geral é positiva enquanto o preço se mantiver acima da linha de tendência principal.
A dura verdade e a doce verdade
A dura verdade: as previsões de preços do ouro dependem de um ambiente económico fraco: crescimento lento, dívidas elevadas, tensões geopolíticas. Se a situação melhorar repentinamente, o ouro pode não atingir os 5000 dólares.
A doce verdade: é altamente improvável que as condições melhorem rapidamente. As dívidas globais ultrapassaram 100% do PIB, e o crescimento desacelera nas maiores economias. O ouro continuará a ser o refúgio seguro nos próximos anos.
Conclusão: por que o ouro sobe?
Simples: Políticas monetárias expansionistas + dívidas elevadas + incerteza geopolítica = subida do ouro.
Esta equação manter-se-á válida ao longo de 2026, a menos que aconteça uma miragem económica (que é improvável).
Então, o preço do ouro vai subir? Com base nos dados e na lógica: sim, e é provável que se aproxime dos 5000 dólares antes do final de 2026.