O Bitcoin voltou a recuar dos 126 mil dólares para os 90 mil, e aquelas vozes que diziam "desta vez é mesmo diferente" foram-se calando aos poucos. A história volta a repetir-se, e o feitiço do ciclo de quatro anos continua a fazer efeito até hoje.

Primeiro, vamos falar sobre o que é afinal este ciclo de quatro anos.

O Bitcoin foi concebido de forma a imitar a escassez do ouro — a cada quatro anos, a sua produção é reduzida para metade. Mais tarde, olhando para trás, percebeu-se que cada ciclo de mercado altista tende a ocorrer no ano anterior ou posterior ao halving. Esta regularidade temporal tão marcante é o chamado ciclo de quatro anos.

Isto é realmente curioso. A bolsa e o imobiliário também têm ciclos, mas nenhum é tão pontual como o do Bitcoin.

Talvez alguém pergunte: se toda a gente já conhece o padrão, não deveria perder o efeito porque todos agiriam de acordo com o guião?

Em teoria, não há erro. Já em 2021 e 2023, havia bloggers estrangeiros a prever com precisão que o Bitcoin atingiria o topo em outubro do ano passado. Se todos acreditassem nisto, os compradores teriam saído mais cedo e o preço teria colapsado em conformidade.

Mas a realidade é que — desde 2019 — a ideia de "halving = bull market" já se espalhou por toda a comunidade cripto, e o resultado? O padrão continuou a funcionar, e até o número de dias dos ciclos de alta e baixa bateu certo com os ciclos anteriores.

Porquê? Em teoria, com informação tão acessível e transparente, o mercado deveria corrigir este padrão.

O problema está aqui: a maioria das pessoas apenas "sabe", mas não "acredita". Pelo que tenho observado, são pouquíssimas as pessoas que seguem à risca a teoria do ciclo e ajustam as suas operações em função disso.

Não acreditas? Vê bem esses bloggers e KOLs, não