9 principais projetos DeFi de Bitcoin para acompanhar

As finanças descentralizadas (DeFi) marcam uma ruptura profunda em relação ao modelo tradicional de sistemas financeiros centralizados, promovendo plataformas peer-to-peer (P2P) viabilizadas pela tecnologia blockchain. À medida que o universo das criptomoedas avança, o papel do Bitcoin no DeFi ganha peso, especialmente após upgrades fundamentais de protocolo. O Bitcoin serve como base segura e confiável para diferentes modelos DeFi, com o objetivo de democratizar o acesso a serviços financeiros ao eliminar intermediários centralizados e criar plataformas mais inclusivas para usuários globais.

O que é Bitcoin DeFi?

Bitcoin DeFi corresponde à integração de aplicações e soluções financeiras descentralizadas ao ecossistema do Bitcoin. Tradicionalmente visto como uma reserva de valor digital segura, o Bitcoin ampliou suas funções de maneira significativa após a atualização Taproot, em novembro de 2021. Esse avanço permitiu o surgimento de aplicações DeFi nativas na rede Bitcoin, superando a limitação de ser apenas uma rede de transações. Antes disso, a participação do Bitcoin no DeFi ocorria majoritariamente via wrapped BTC (wBTC) na rede Ethereum, onde os detentores de Bitcoin podiam acessar o ecossistema DeFi já consolidado da Ethereum.

Na comparação entre Bitcoin e Ethereum no setor DeFi, a Ethereum mantém a liderança devido à robustez de seus contratos inteligentes e a um ecossistema vasto de aplicações descentralizadas (DApps). O blockchain da Ethereum viabiliza uma gama de serviços financeiros, como empréstimos, financiamentos e exchanges descentralizadas. Sua Ethereum Virtual Machine (EVM) garante um ambiente seguro e padronizado para execução dessas aplicações. Já o DeFi no Bitcoin ainda está em estágio inicial, dependendo de soluções de segunda camada, como Lightning Network e Liquid Network, para implementar funcionalidades DeFi. Essas soluções melhoram velocidade e escalabilidade das transações, ampliando as possibilidades para usuários de Bitcoin no universo DeFi.

Quais são os 9 principais projetos DeFi de Bitcoin?

O ecossistema DeFi do Bitcoin é composto por projetos inovadores que expandem as capacidades da rede e redefinem os limites do que pode ser feito com a tecnologia Bitcoin.

Taproot Assets surgiu em 2019 com a proposta de potencializar o Bitcoin em contratos inteligentes e aplicações descentralizadas. Desde o lançamento em mainnet, em 2023, a plataforma passou a ofertar emissão de ativos diretamente na blockchain do Bitcoin, com recursos como recebimento assíncrono e multiverso para gestão de ativos. O Taproot Assets destaca-se pela integração com a Lightning Network para transações rápidas, viabilizando a tokenização de ativos do mundo real, como ouro e stablecoins.

Stacks foi fundado em 2019 para habilitar contratos inteligentes e DApps utilizando o modelo de segurança do Bitcoin. Com a chegada do Stacks 2.0, em 2021, surgiram diferenciais como o token STX para governança, a linguagem de contratos Clarity e o mecanismo de consenso exclusivo proof-of-transfer (PoX). O PoX utiliza a segurança do próprio Bitcoin ao se integrar ao blockchain, permitindo que usuários ganhem recompensas em Bitcoin ao protegerem a rede Stacks.

BitVM foi desenvolvido em 2023 por Robert Linus, da ZeroSync, com o intuito de ampliar as funcionalidades do Bitcoin sem alterar o código original. O projeto implementa contratos Turing-completos através de computação off-chain com verificação on-chain, inspirando-se nos optimistic rollups da Ethereum. BitVM também viabiliza a ponte de BTC para outras blockchains e abre espaço para sidechains trustless no ecossistema Bitcoin.

Tokens SRC-20 foram criados para dar nova utilidade ao Bitcoin, unindo elementos dos padrões ERC-20 da Ethereum e BRC-20 do próprio Bitcoin. Eles permitem tokenização e criação de NFTs diretamente na blockchain do Bitcoin, possibilitando a inserção de dados como imagens e texto nas transações. A principal característica é a imutabilidade: uma vez emitidos, os tokens não podem ser alterados. O padrão armazena dados nas saídas das transações, limitando-se, porém, a dados pequenos por conta das restrições de espaço em bloco.

Ordinals foram lançados em 2023 por Casey Rodarmor para ampliar as funcionalidades do Bitcoin, inscrevendo conteúdos digitais — como imagens e textos — diretamente no blockchain. Aproveitando os upgrades SegWit e Taproot, os Ordinals gravam dados únicos em cada satoshi. Diferente dos NFTs tradicionais, utilizam a própria blockchain para armazenamento, dispensando contratos inteligentes externos. Embora criem novas possibilidades para arte digital no Bitcoin, também levantam discussões sobre congestionamento da rede e impactos na utilidade primária do ativo.

Tokens BRC-20 chegaram em março de 2023 por meio do desenvolvedor anônimo Domo. Inspirados no padrão ERC-20 da Ethereum, permitem a criação de tokens fungíveis na rede Bitcoin, aproveitando as melhorias da Taproot para inserção de dados. O padrão BRC-20, com inscrições ordinais e uso de JSON, oferece funcionalidades básicas para emissão, implantação e transferência de tokens fungíveis. Isso atraiu volume e especulação, mas também trouxe preocupações sobre taxas elevadas e possível congestionamento de rede.

Badger DAO é uma plataforma comunitária voltada a conectar o Bitcoin a outras blockchains, principalmente a Ethereum. Entre seus recursos estão os Badger Builders para desenvolvimento conjunto, o token de governança BADGER, as SETT vaults para otimização de ativos em Bitcoin e o DIGG, uma criptomoeda elástica indexada ao Bitcoin. O foco é exclusivo em projetos ligados ao Bitcoin dentro do universo DeFi.

Lightning Network foi criada para superar limitações de escalabilidade e velocidade do Bitcoin, inserindo uma camada extra sobre a blockchain. Permite transferências rápidas e baratas, com liquidação na blockchain apenas ao fechar canais de pagamento. A principal inovação é a redução drástica do tempo e custo de transação, tornando o Bitcoin prático para pagamentos do dia a dia e micropagamentos.

Liquid Network, desenvolvida pela Blockstream, permite que traders e grandes plataformas realizem transações de Bitcoin mais rápidas e confidenciais. O sistema utiliza o Liquid Bitcoin (L-BTC), atrelado ao BTC, e inclui Confidential Transactions para privacidade. Também possibilita emissão de ativos digitais e Liquid Securities para gestão de ativos tokenizados, criando uma infraestrutura robusta para operações financeiras na rede Bitcoin.

Desafios do Bitcoin DeFi

Apesar dos avanços e do surgimento de novos projetos DeFi, o ecossistema do Bitcoin enfrenta desafios relevantes que precisam ser superados para atingir seu potencial máximo.

Escalabilidade é o principal desafio das aplicações DeFi no Bitcoin. Em períodos de alta demanda, as taxas elevadas tornam o uso de DeFi inviável para muitos usuários. O processamento limitado de transações por segundo, em comparação a outras blockchains, causa atrasos e congestionamentos, impactando negativamente a experiência do usuário e restringindo o escopo das aplicações DeFi viáveis no Bitcoin.

Desafios regulatórios também são significativos. A falta de clareza legal sobre criptomoedas e DeFi limita o crescimento e a adoção global. Exigências de compliance internacional restringem o alcance dos projetos DeFi em Bitcoin, pois desenvolvedores precisam atender normas variadas conforme a jurisdição. Essa incerteza afasta desenvolvedores e usuários de adoção massiva de soluções DeFi no Bitcoin.

O Bitcoin ainda enfrenta obstáculos técnicos. Diferentemente da Ethereum, não foi criado com foco em contratos inteligentes complexos, o que limita as funções nativas para DeFi sofisticado. Isso exige soluções inovadoras para implementação de recursos avançados. Além disso, o consenso para upgrades de rede, como o Taproot, costuma ser lento e controverso na comunidade.

Mesmo assim, o futuro do Bitcoin DeFi é promissor. Tecnologias como Lightning Network enfrentam os gargalos de escalabilidade, e novos desenvolvimentos prometem habilitar aplicações DeFi mais complexas na rede. Diretrizes regulatórias claras e inovação comunitária podem criar um ambiente mais favorável para o avanço do DeFi em Bitcoin.

O que há de novo no Bitcoin DeFi?

O ecossistema Bitcoin vem passando por rápidas inovações em DeFi e NFTs. Tokens BRC-20 e Ordinals são tecnologias que ampliam a usabilidade e acessibilidade do Bitcoin, tornando possível criar NFTs inovadores com custos mais baixos que plataformas convencionais.

O padrão BRC-20 facilita a interoperabilidade entre Bitcoin e Ethereum, abrindo espaço para aplicações cross-chain e ampliando recursos para desenvolvedores que atuam em múltiplos ecossistemas. Além disso, essas inovações reduzem taxas e simplificam a experiência do usuário, fortalecendo a posição do Bitcoin nos mercados DeFi e NFT.

Essas evoluções refletem a tendência de ampliar o papel do Bitcoin para além de reserva de valor. Com a maturidade do ecossistema, ferramentas e protocolos avançados viabilizam aplicações cada vez mais sofisticadas na rede segura e descentralizada do Bitcoin. O surgimento de novos projetos DeFi mantém o ritmo de inovação, oferecendo soluções para quem busca serviços financeiros descentralizados na maior blockchain do mundo.

Conclusão

A evolução do Bitcoin no universo das finanças descentralizadas representa uma transformação marcante na forma como a principal criptomoeda é usada e compreendida. Embora o DeFi em Bitcoin ainda não tenha a maturidade da infraestrutura da Ethereum, há avanços expressivos com soluções de segunda camada, como Lightning Network e Liquid Network, e padrões inovadores como BRC-20 e SRC-20.

Os nove projetos DeFi apresentados — Taproot Assets, Stacks, BitVM, SRC-20, Ordinals, BRC-20, Badger DAO, Lightning Network e Liquid Network — mostram abordagens diversas para ampliar o potencial do Bitcoin no DeFi. Cada projeto enfrenta desafios ou habilita novas funções, tornando o ecossistema DeFi de Bitcoin mais robusto e dinâmico.

Os desafios persistem: escalabilidade, questões regulatórias e limitações técnicas para contratos inteligentes avançados. Entretanto, a inovação constante e o engajamento da comunidade continuam a superar barreiras. O surgimento de Ordinals e tokens BRC-20 estimulou debates e entusiasmo, evidenciando o dinamismo do desenvolvimento do Bitcoin.

À medida que o Bitcoin evolui, a comunidade acompanha de perto as transformações do mercado e os avanços tecnológicos que vão moldar seu papel no universo DeFi. Com inovação contínua, regulamentação mais clara e adoção crescente de soluções de segunda camada, cresce o potencial do Bitcoin para democratizar os serviços financeiros e ampliar sua utilidade além da reserva de valor. A construção de um ecossistema DeFi maduro está em andamento, com novos projetos surgindo sobre a base lançada por essas iniciativas pioneiras — um cenário que aponta para um futuro promissor das finanças descentralizadas na blockchain mais segura do mundo.

FAQ

Qual é o melhor projeto DeFi?

Convex Finance é considerado o melhor projeto DeFi em 2025, potencializando os ganhos de quem fornece liquidez para a Curve Finance na Ethereum, com benefícios expressivos para os usuários.

Qual é o novo projeto cripto de Trump?

O novo projeto cripto de Trump é o World Liberty Financial, que já está presente na blockchain Solana com o stablecoin USD1. O projeto faz parcerias com Bonk e Raydium para integração DeFi, buscando consolidar o USD1 como uma alternativa relevante no ecossistema Solana.

Qual criptomoeda tem potencial de valorizar 1000 vezes?

Zano (ZANO) é destaque entre as criptos de menor valor, com potencial de valorização de 1000x. O projeto é reconhecido pela inovação tecnológica e grandes perspectivas de crescimento no cenário cripto.

Qual o futuro do DeFi?

O DeFi tende a evoluir com soluções avançadas cross-chain, integração de inteligência artificial e yield farming sustentável, ampliando a adoção e promovendo inclusão financeira.